terça-feira, dezembro 22, 2009

The Sufferings of Prince Sternenhoch, de Ladislav Klíma

Um livro intenso e louco, que deve ter sido imensamente chocante na altura em que foi publicado - 1928 - pois, apesar de ser mais de 100 anos depois das obras de Sade, a linguagem e a crueza das situações ainda hoje estão longe de ser convencionais. A filosofia do autor parece-me claramente inspirada em Nietzsche, e o estilo nos romances góticos e negros do século XIX, mas com uma grande dose de humor negro. Apesar de um tanto estranho datado, está extremamente bem escrito, e o talento do escritor revela-se na sensação de arrepio e desconforto que causa por vezes, na ambiguidade da narrativa, em que nos consegue fazer duvidar da realidade, contada pelo protagonista louco. A técnica de nos fazer ler nas entrelinhas, de decifrar a história e mensagem para lá do discurso do narrador / personagens é sempre interessante, por vezes fascinante, como utilizada por autores tão diferentes como Emily Brontë, William Faulkner, Jane Austen ou Jean Rhys; um desafio ao leitor. Klíma domina-a bem, e utiliza-a para expor a sua filosofia nietzschiana; o resultado é por vezes algo desequilibrado, mas sempre intenso, e no conjunto, muito bom.

domingo, dezembro 20, 2009

Retrato del Artista en 1956, de Jaime Gil de Biedma



Li este livro para me familiarizar com a língua, e gostei muito. Não conhecia Jaime Gil de Biedma, mas gostei muito da escrita, da sinceridade e abertura. Até que ponto se consegue ser sincero nestes diários literários?

Jaime Gil de Biedma escreve bem, e torna a partilha da sua experiência ao longo de um ano interessante, seja pelas reflexões sobre a sociedade pós-colonial nas Filipinas, ou pelas suas aventuras conduzidas por um impulso de hedonismo sexual, ou pela vida de jovem poeta integrado na boémia literária de Barcelona, ou pela experiência da imobilidade causada pela tuberculose.

"No sé si alguien alguna vez se habrá propuesto desnudarse sobre el papel enteramente y para sí, aunque lo dudo. Un diario debe servir antes que nada a una finalidad práctica. Yo empecé con este cuaderno para adiestrarme a escribir prosa, pero muy pronto descubrí en él - y no creo ser ni mucho menos un caso insólito - un instrumento de control de mí mismo, un modo de ponerme un poco en orden y también de moverme hacia actitudes que por imperativos de orden intelectual o moral creo que debo adoptar. Most of times I'm trying to teach myself either to think or to behave - or both - in a way which I think is the right one for me."

sábado, dezembro 19, 2009

Viagem a Madrid



Durante anos, adiei conhecer Madrid; porque é perto, ficava sempre para a próxima vez... Finalmente fui lá, e gostei imnenso. Em geral, gosto muito de Espanha, e Madrid correspondeu às minhas expectativas: uma cidade grande, bem disposta, movimentada, com muita oferta cultural e de divertimento. Óptimos museus, exposições (na Caixa e na Mapfre, destaco uma sobre Palladio e uma de retratos, excelentes), boa comida e ruas animadas a qualquer hora, e a alegria de ouvir falar espanhol, essa língua tão bem disposta, o dia todo.



Tive sorte com o tempo, frio mas sem chuva, andei muito, com pausas em cafés grandes e bonitos. No domingo, fui ao mercado de El Rastro, enorme e magnífico.



Uma cidade que me deixou com vontade de voltar.

domingo, dezembro 13, 2009

Museo Thyssen-Bornemisza - alguns quadros

O Museu Thyssen-Bornemisza tem uma excelente colecção, uma mostra da pintura ocidental desde o século XV até ao XX, com uma óptima selecção de obras. Alguns períodos estão menos bem representados, como os impressiobistas e os pós-impressionistas, mas no conjunto é um museu muito bom, de que deixo algumas imagens.





















quinta-feira, dezembro 10, 2009

Museo Reina Sofia - alguns quadros

Um excelente museu de arte moderna, não só pelos Picassos - a Guernica e a magnífica exibição de estudos para o quadro e as fotografias de Dora Maar das suas fases sucessivas - como pelos Mirós, uma sala de Juan Gris com quadros fantásticos, fotografias dos anos 30 e da Guerra Civil, 3 caixas de Joseph Cornell, que me fascina desde que o descobri no Art Institute of Chicago em 1993.













terça-feira, dezembro 08, 2009

Prado - Algumas Pinturas

Que o Museu do Prado é excelente, toda a gente sabe... Mostro aqui alguns dos quadros de que gosto especialmente.



Goya está magnificamente representado no Prado. Gosto imenso dos seus retratos, expressivos e impiedosos.







Os meus pais tinham uma reprodução da Maja Desnuda, talvez por isso gostei especialmente de ver o original.





Velázquez está igualmente bem representado no Museu.







Não sabia que este famoso e magnífico auto-retrato de Dürer estava no Prado...



Este quadro de Brueghel é verdadeiramente espantoso...



Sempre senti um fascínio muito especial por Bosch.



Um dos meus quadros favoritos de Bosch, tive-o no meu quarto anos:



Termino com o fantástico Jardim das Delícias.